07 outubro 2011

O que fazer com nossos Sonhos?

Sonhar é algo inerente ao ser humano. Mesmo que você não se lembre, sonhamos todas as noites. É uma forma que nosso cérebro tem de se recompor. Sonhos são formados por imagens, cores, sons, sentimentos que são percebidos pelo ser humano durante todo o seu dia, durante toda a sua vida. Por exemplo, quem nunca sonhou que estava caíndo? É nossa lembrança de quando aprendemos a andar que permanece, e que vira e mexe, reaparece.
Você também sonha, ou melhor, projeta ações para o futuro. Imaginamos a nossa vida adulta, formados, casados, trabalhando, envelhecendo. Eu por exemplo me imagino fazendo caminhadas na praia, jogando peteca com meus amigos aposentados. Tomando uma água de coco no fim da tarde. Sonhando com meus 50 anos de casado, talvez em uma época que ser casado será retrô. Cuidando dos netos. É algo que todos nós temos.
Falo de sonhos pensando como o jovem é sonhador. Lembra-se de José, chamado de sonhador por seus irmãos? Projetava o futuro, que realmente se realizou. Mas por que ele se realizou? Por que o sonho de José começou no próprio Deus. Deus já tinha preparado o futuro de José e preparava para ele uma estória que mudaria a história de um povo.
Percebo que os jovens sonham com sucesso, prosperidade, felicidade. Tudo dá certo no final. Essa imagem é irreal. A nossa realidade é muito diferente. Dor, perda, fracasso, decepções fazem parte da rotina de qualquer ser humano, juntamente com muitas vitórias. Algo que ocorre com todos e nós, mesmo salvos na Graça, não estamos isentos.
Quero desafiá-lo a buscar a vontade de Deus. A sonhar os sonhos de Deus para o seu coração. É uma mudança radical de paradigma. Sonhar o que Deus quer, e não o que eu vejo como o melhor. É duro, difícil, não é prazeroso. Mas você já percebeu que quando olhamos para trás vemos como Deus nos tem conduzido em bom termo até aqui?
Oração e leitura da palavra diariamente representam o passo inicial para sonhar, conhecer, viver e desfrutar a vontade de Deus para nós, e em nós.

02 setembro 2011

Conforto Sempre

O Texto a seguir eu fiz logo após o falecimento da Isabela, minha filha caçula. Demorei a voltar a escrever, mas quero compartilhar com todos.

Quantos de nos já sofreram alguma dor? Na alma, no corpo, nos sentimentos, no espírito? É uma das sensações mais angustiantes do ser humano. Parece que nunca mais vai acabar. É frustrante, é incapacitante. Quase embaça a nossa visão do mundo que nos cerca, tornando difícil enxergar a mão de Deus em nossas vidas.
Por que falar de dor? Quero compartilhar com vocês algo que passei no mês de Fevereiro deste ano, pois compartilhar permite primeiro desabafar, segundo demonstrar para outros que somos humanos, com todas as vicissitudes pertinentes ao homem.
Minha esposa estava grávida de nossa terceira filha. Isso trouxe uma enorme alegria em nossa casa, permitindo a redescoberta de, mesmo tendo duas filhas, sempre existe espaço para mais uma. Ter uma nova criança em casa me preparou para encontrar animo, sonhos, disposição para uma nova criança, com choro, fraldas, noites mal dormidas, mas uma alegria indescritível.
No final de Janeiro descobrimos que existia um problema cardíaco com a Isabela, descoberto na faze uterina. Aceleramos então a data do parto e Isabela nasceu dia 14 de Fevereiro, indo direto pra UTI Neo natal. Foram 10 dias de muita luta, mas aprouve ao Senhor levar a Isabela no dia 24 de Fevereiro. Os dias seguintes foram, pra mim, a pior dor já sentida. A perda de um filho é algo avassalador no coração, na mente, na alma de qualquer pessoa. E nós como crentes não sofremos de forma diferente do que qualquer pessoa.
Muitas perguntas foram feitas em minha mente após o ocorrido. E até hoje ainda doi muito. Mas e agora? Será que Deus não houve as nossas orações? Será que a vontade soberana de Deus, tão clara para nós, não poderia atender o desejo do meu coração? Não existem milagres hoje?
Todas estas frases se expressaram na minha mente. Como ocorre com qualquer pessoa. E agora?
São nesses momentos que temos de falar com Deus o que se passa em nosso coração. Dizer para Deus que queremos a cura não é pecado, nem uma visão destoada de nossa fé. O grande desafio e por em prática tudo que aprendemos. Trazer para a nossa realidade que a vontade de Deus é sempre a melhor. É muito difícil, mas é um dos melhores exercícios para a nossa fé.
Sei que a minha filha está com o Senhor, o que é infinitamente melhor. Sei que o projeto de Deus é melhor pra nós, e que nos traz edificação, crescimento e maturidade. E sei que a maior fonte de conforto foi a palavra de Deus. Sua infalibilidade, sua coerência, sua luz, sua verdade me levam a crer com toda a convicção que Deus é consolo, conforto, e nele tenho esperança.